Ministério do Esporte Maratonas aquáticas: conheça Allan do Carmo, o melhor do mundo em 2014
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Maratonas aquáticas: conheça Allan do Carmo, o melhor do mundo em 2014

Com apenas 25 anos, Allan do Carmo já tem quase uma década representando o Brasil em competições de águas abertas. E agora, em 2014, ele encerra uma temporada excelente, como campeão do circuito da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas. O título do atleta que recebe apoio financeiro do programa Bolsa Pódio do Ministério do Esporte veio com um prêmio extra: o reconhecimento como o melhor nadador do planeta na modalidade.

Depois de crescer tecnicamente “de pouquinho em pouquinho”, como costuma dizer, e somar experiências nesses anos todos, o nadador baiano agora virou “alvo” dos rivais. E, rindo, comenta que é assim que quer continuar.

(Foto: Satiro Sodré/CBDA)(Foto: Satiro Sodré/CBDA)

“É verdade que desde 2006 vim evoluindo, com a experiência olímpica, Pans, Mundiais... Tive um período de queda, mas, em 2013, voltei a dar melhores resultados”, recorda Allan. “São anos de batalha e muita experiência em todos os tipos de competição, de águas, de correntezas, de clima, das táticas e reações dos adversários, do Campeonato Baiano até os Jogos Olímpicos”, continua.

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Essa bagagem, diz o nadador, é somada aos treinamentos e ao planejamento para cada prova. “Porque na hora às vezes muda tudo. Os outros vêm com táticas que a gente não espera e aí preciso da experiência acumulada para saber o que fazer em determinado momento”, revela Allan.

A força dos detalhes no planejamento
A estratégia de Allan, que tem 1,68m e 60kg, vai além da tradicional receita “máximo de energia no início, com reserva para o final”. Há grande influência dos detalhes, como o próprio lado da respiração — uma boa vantagem do baiano é respirar bem dos dois lados, direito ou esquerdo, o que ajuda no enfrentamento de adversários —, e a opção por se posicionar de um lado ou de outro na hora da competição. “Estou sempre procurando área de escape para não ficar preso no meio”, ensina.

Ainda dentro da estratégia, Allan precisa ficar bastante atento por causa de uma característica física marcante: ele se desidrata com facilidade. Assim, precisa tomar muita água antes e também ingerir muitas bebidas isotônicas durante a prova para repor os sais minerais perdidos. “Perco água muito facilmente. Foi por isso a queda de rendimento. Quando identificamos isso, tudo melhorou. Aí, em 2013, voltei com bons resultados”.

Apoio da Bolsa Pódio
Para Allan, a Bolsa Pódio — incentivo concedido aos atletas mais bem posicionados no ranking mundial e com mais chances de subir ao pódio nos Jogos Rio 2016 — ajuda muito pela possibilidade de trabalhar com uma equipe multidisciplinar integrada.

“O mais importante foi essa interação entre os profissionais. Foi um ‘up’ muito grande. Por exemplo: o técnico pode dizer que estou mais descansado para o preparador físico e, assim, ele pode dar uma série mais forte. Ou o contrário. O psicólogo também sabe se estou mais ‘rodadozinho’ com o preparo físico”, explica o nadador.

Allan diz que os profissionais envolvidos no treinamento fazem relatórios que vão de um para outro com frequência. “Com a disponibilidade deles, tenho um tempo maior para mim. Essa interação foi muito importante. Foi o mais importante. A preparação é feita com antecedência  e não depois de um, dois, três dias, quando a gente identificava problemas. Ganho em tempo e também em tranquilidade. Treino a mesma coisa, mas a qualidade dos treinamentos é melhor”, comemora.

Momentos para a memória(Foto: Satiro Sodré/CBDA)(Foto: Satiro Sodré/CBDA)
Allan do Carmo teve seu primeiro resultado expressivo com o bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007 (no Pan de Guadalajara 2011, foi sétimo). Em Campeonatos Mundiais, foi sexto em Xangai 2011 nos 25km (prova não-olímpica) e 50º nos 10km (prova olímpica). Já em Barcelona 2013, foi sétimo nos 10km.

Assim, em 2014, ele já estava pronto para o grande ano de sua carreira. Apesar de não ter subido ao pódio nas duas primeiras etapas do Circuito Mundial (Viedman, na Argentina; e Cancun, no México), Allan já foi prata na terceira etapa, em Setubal, em Portugal. Nas três provas seguintes, no Canadá, foi quinto no Lago Saint-Juan, terceiro no Lago Magog e, finalmente, ouro no Lago Megantic. Na sétima etapa, voltou a faturar o ouro, em Hangzhou, na China. Com isso, sagrou-se campeão antecipado do Circuito Mundial. O baiano encerrou a participação no circuito com a prata na oitava etapa, em Hong Kong.

Dos grandes momentos de Allan em 2014, uma grande lembrança foi sua primeira vitória no Circuito Mundial, no Lago Megantic, no Canadá. Depois, o destaque da tomada de liderança no último quilômetro da etapa de Hangzhou, deixando para trás o superatleta Thomas Lurz — alemão dono de duas medalhas olímpicas e maior campeão das maratonas aquáticas em Mundiais e Copas do Mundo.

Foi com alívio que o brasileiro terminou a prova na China que garantiu seu título já em outubro. Principalmente por causa “da pressão, do terrorismo” gerados pela possibilidade de ser campeão antecipado. “A prova em si até foi tranqüila, em um lago bem ‘lisinho’ (sem ondas), com tudo bem organizado”, lembra o campeão. “Só que ela foi muito disputada, em um ritmo muito forte, alucinante. No fim, a diferença dos cinco primeiros foi de três segundos. Imagina isso depois de uma hora e 50 (minutos) de prova”.

Em Hangzhou, Allan aprendeu a lidar pela primeira vez com essa pressão extra. Depois disso, essa nova experiência já faz parte de sua bagagem e certamente será muito útil nas próximas temporadas.

Na última etapa do Circuito Mundial, em Hong Kong, Allan terminou com a medalha prata na batida de mão — o ouro foi do alemão Christian Reichert. Na sequência, novamente se intercalaram alemães e brasileiros. Andreas Waschburger foi bronze, seguido de Diogo Villarinho e de Thomas Lurz. “Fui prata, mas fiz uma excelente prova, uma das melhores do ano”, ressalta o baiano.

(Foto: Satiro Sodré/CBDA)(Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Dois objetivos para 2015
Em seus primeiros Jogos Olímpicos, em Pequim 2008, Allan do Carmo terminou em 14º. Agora, em preparação para os Jogos Rio 2016, os planos já estão sendo traçados.

Nesse sentido, 2015 será um ano decisivo, com a seletiva masculina para dois nadadores que irão aos Jogos Pan-Americanos de Toronto (de 10 a 26 de julho), no Canadá, e dois que irão ao Mundial de Desportos Aquáticos de Kazan (17 de julho a 2 de agosto), na Rússia — este último define vagas nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

“Será difícil fazer outra temporada como esta, mesmo porque os objetivos serão outros. A exigência não será tanto com relação a resultados de etapas da Copa do Mundo. Minha primeira data é 2 de maio, quando será a seletiva para os dois atletas que irão ao Mundial de Kazan. E, depois, já em Kazan, 27 de julho, quando será a prova dos 10km que classifica os dez primeiros colocados para os Jogos Olímpicos Rio 2016”, adianta Allan. “Os objetivo são esses e o planejamento será para essas datas. Vamos ver se ‘passo de ano’”, brinca o nadador.

Com esse planejamento traçado para 2015, que será muito importante, nas palavras do nadador, Allan segue treinando em Salvador, na piscina, todos os dias pela manhã e à tarde, sempre avaliando o que faz de bom e identificando os erros para as devidas correções. Nos três períodos de folga da semana, ele vai à fisioterapia, às consultas com nutricionista e psicólogo, e, obviamente, descansa. “Porque isso também é parte do treino”, destaca.

Com essa intensa rotina, o melhor do mundo de 2014 vive ligado nas maratonas aquáticas.  “Sou atleta 24 horas por dia, pois até o sono faz parte do treinamento”, ensina o campeão.


Denise Mirás
Ascom – Ministério do Esporte
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