Ministério do Esporte Em Curitiba, tocha dá visibilidade a personagens com histórico de serviços humanitários
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Em Curitiba, tocha dá visibilidade a personagens com histórico de serviços humanitários

Foram 36 quilômetros divididos por 170 condutores, que percorreram avenidas largas, parques e cartões postais de Curitiba. E um dos traços mais significativos da passagem da caravana pela capital paranaense foi ressaltar o caráter humanitário e transcendente das trajetórias de alguns dos personagens responsáveis por levar o fogo olímpico.

Um dos primeiros condutores foi o enfermeiro Ricardo Laino, 41 anos, coordenador de programas de saúde do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Brasil. Sediado em Genebra, o comitê foi criado para proteger e dar assistência às vítimas de conflitos armados e outras questões de violência. Laino ajudou a criar um protocolo para funcionários de saúde, para que consigam identificar uma situação de risco e se proteger antes que ela aconteça.

José de Arimateia, o Ari, é motorista no Centro Nacional de Excelência contra a Fome. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)José de Arimateia, o Ari, é motorista no Centro Nacional de Excelência contra a Fome. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)

O projeto-piloto foi implementado no Rio de Janeiro, entre 2009 e 2013. Diante dos resultados, se expandiu para outros estados. Segundo ele, desde 2003 existe uma parceria entre o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e o Comitê Olímpico Internacional, que permite o incentivo a esportes paralímpicos em alguns centros de reabilitação. "Somos regidos por princípios como humanidade, fraternidade e amizade. Trabalho humanitário é olhar para o ser humano e o Comitê Olímpico busca a união dos povos. São lógicas semelhantes", explicou.

Emocionado, ele conduziu a chama em frente ao Teatro Guaíra, instituição simbólica da cultura paranaense. Em frente ao ponto onde recebeu a tocha, a bailarina, professora e coreógrafa Débora de Lara instalou um palco para que suas alunas de dança fizessem uma demonstração prática da homenagem que criaram aos Jogos Rio 2016.

Desenvolvida no ano passado, a coreografia Olimpo faz uma viagem histórica pela trajetória do megaevento. "Começamos com a mitologia grega, chegamos à Era Moderna, passando pelo barão Pierre de Cobertin, até culminar na contemporaneidade. São coreografias inspiradas nos esportes, como nado sincronizado, esportes de tatames e modalidades com bola", afirmou.

O simbolismo da merenda
Em um parque localizado em outro extremo da cidade, mais um condutor dedicado ao serviço humanitário se preparava para cumprir a missão. José Arimateia da Silva, de 31 anos, foi criado no Gama, cidade do Distrito Federal, entre outros três irmãos numa família de recursos escassos, mas persistente nos estudos. Até por isso, a merenda escolar cumpria uma parte importante, protagonista em sua nutrição diária. Contratado como office boy, ele chegou a dar expediente de chinelo, por não ter outro calçado.

Ari, como é conhecido, se empenhou, investiu no trabalho e nos estudos, até surgir uma oportunidade para atuar como motorista do Centro Nacional de Excelência contra a Fome, ligado ao Programa Mundial de Alimentos, das Nações Unidas. "O destino veio se encaixando. Hoje, quando visito algumas cidades, vejo crianças passando pelas mesmas coisas pelas quais passei. E também estudando e tendo alimentação garantida".

Durante a espera por sua vez com a chama nas mãos, Ari foi cercado por crianças e fez questão de tirar fotos com todas. Durante a condução, um grupo de bombeiros executou uma coreografia sincronizada e cantou uma música em homenagem ao fogo. O ponto da cidade escolhido para sua participação foi uma alameda ecológica dentro do Parque Barigui.

Abdoulaye Kaba, refugiado da Guiné, recebe a tocha em Curitiba. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)Abdoulaye Kaba, refugiado da Guiné, recebe a tocha em Curitiba. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)O reinício de Abdoulaye Kaba

O verso da moeda da solidariedade exercida por Lainho e Ari se reflete em quem se beneficia de políticas com viés social. Um deles é o refugiado Abdoulaye Kaba. Ele tem 18 anos, nasceu e cresceu em Conacri, capital da República da Guiné, na África, e fugiu do país para escapar de uma tentativa de Golpe de Estado. Kaba ficou visado durante o processo porque seu pai era integrante da guarda pessoal do então presidente.

Ele conseguiu fugir para o Brasil há três anos e, aqui, é assistido pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur). Seu sonho era jogar futebol profissionalmente, e a nova vida lhe abriu um leque de oportunidades. Depois de passar pelas categorias de base do Botafogo, hoje ele é meio-campista da equipe sub 20 do São Gonçalo. "Esse momento é uma honra. Todo mundo quer levar a tocha e fui escolhido. Represento os imigrantes e refugiados do mundo com muito orgulho", afirmou.

Kaba é o terceiro refugiado a conduzir a tocha dos Jogos Rio 2016. Em Atenas, ela foi levada pelo sírio Ibrahim Al-Hussein. Logo após chegar em solo brasileiro, em Brasília, passou pelas mãos da menina Hanan Daqqah, também síria.

Segundo o porta-voz da Acnur, Luiz Fernando Godinho, foi estabelecida uma parceria entre as Nações Unidas e o Comitê organizador para dar visibilidade ao tema dos refugiados. Além dos condutores, haverá, pela primeira vez na história, uma equipe de refugiados que competirá em igualdade de condições com os demais atletas. Também há um time escalado para atuar como voluntário durante o evento. "A Olimpíada é um evento de alcance global, que celebra a paz e a convivência entre os povos. Uma parcela da crise de refugiados que vivemos se deve à falta de diálogo entre os países", afirma Godinho.

Campeão olímpico e um dos principais atletas da história do vôlei de praia, Emanuel acendeu a pira olímpica em Curitiba. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)Campeão olímpico e um dos principais atletas da história do vôlei de praia, Emanuel acendeu a pira olímpica em Curitiba. (Foto: Ivo Lima/Brasil2016.gov.br/ME)

Super campeão
Para encerrar o ciclo curitibano em alto estilo, um astro das areias foi escalado: Emanuel Rego, ídolo do vôlei de praia, acendeu a pira olímpica. O atleta é considerado o jogador com mais títulos na história do vôlei brasileiro. Em cinco participações olímpicas, ele conquistou ouro, prata e bronze. São dez títulos de circuitos mundiais e 77 medalhas de ouro, 37 de prata e 41 bronzes em etapas do Circuito. Há três meses ele se aposentou, aos 42 anos. "Minha história como desportista é cheia de momentos marcantes, e essa noite é um deles. É um dos momentos que a gente para pra pensar o que é o esporte", destaca.

A chama olímpica segue no Paraná nesta sexta, passando por Fazenda Rio Grande, Araucária, Campo Largo e Ponta Grossa. No sábado, encerrará o tour pelo estado em Castro. Os destinos seguintes são as cidades de Itararé, Itapeva, Capão Bonito e Itapetininga, em São Paulo.

Revezamento Tocha - CuritibaRevezamento Tocha - Curitiba

Mariana Moreira, de Curitiba

Ascom - Ministério do Esporte

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