Câmara e Ministério do Esporte discutem legado dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

Publicado em Quinta, 20 Agosto 2015 13:23

Foto: Salu Parente/Agência CâmaraFoto: Salu Parente/Agência Câmara

As ações, perspectivas e legado que os primeiros Jogos Mundiais dos Povos Indígenas deixarão para esse povo, e o fomento do esporte indígena no Brasil foram os temas tratados na tarde de quarta-feira (19.08), na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados. O secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, Evandro Garla, destacou a grandiosidade dos Jogos e informou que a liberação de recursos para atender as demandas das comunidades tradicionais saíram de R$ 100 mil, em 2012, e devem alcançar R$ 10 milhões até o final deste ano.

Evandro enumerou vários benefícios já executados pelo ministério para os povos indígenas, entre eles a infraestrutura esportiva e de lazer em Dourados (MS), apoio às edições nacionais dos Jogos Indígenas, Jogos Xinguanos, no Xingu, e Jogos Pataxós, em Porto Seguro, na Bahia. Além dessas ações, também foi implantado o núcleo do Programa Segundo Tempo Forças no Esporte, em São Gabriel da Cachoeira (AM), primeiro núcleo do Brasil em região de fronteira, que beneficia, hoje, cem crianças, a maioria indígena das etnias baré, baniwa e tukano.

A implantação de um núcleo de esporte recreativo e de lazer, para os povos e comunidades tradicionais, no município de Formoso do Araguaia (TO). Todas essas ações foram discutidas pelo Ministério do Esporte, em Cuiabá (MT), no Primeiro Fórum de Políticas Públicas de Esporte e Lazer para os Povos Indígenas (Foppelin), organizado pela Secretaria de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (Snelis). “O legado que o governo pretende deixar após os Jogos Mundiais, além desses benefícios é o direito de os indígenas praticarem esporte e lazer, que hoje infelizmente isso não acontece”, ressaltou Evandro Garla.

Participaram ainda da audiência o líder pataxó, Karkaju, que falou do envolvimento de sua aldeia nos Jogos Mundiais, e do trabalho forte que vem sendo feito com o seu povo a fim de resgatar e reestruturar a identidade de seu povo. “Esporte e cultura indígenas estão interligados, e o apoio do Ministério do Esporte foi um avanço muito grande para nossas conquistas”, afirmou.

O presidente da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, deputado Márcio Marinho (PRB-BA), acredita que o ‘atleta’ indígena requer especial atenção do poder público. Segundo ele, “serão materializados vários projetos, na Comissão de Esporte, projetos que irão beneficiar os indígenas, dívida que precisa ser reparada com esse povo, que tanto contribuiu para a construção do nosso país”, finalizou Márcio.

O integrante do Comitê Intertribal (ITC), Newton Marques Galache, elogiou a audiência pública e a realização dos jogos, que segundo ele é um facilitador para que os índios nas aldeias tenham mais perspectivas. “Para ver como os valores estão invertidos, os índios que foram os donos das terras, hoje são considerados invasores”, afirmou. “Precisamos do apoio dessa casa, queremos que pensem a realidade indígena de outra maneira. A partir do momento que todos conhecerem a realidade indígena vocês vão construir outra realidade sobre os indígenas”, concluiu.

A organização do evento é articulada pelo Ministério do Esporte, Governo do Tocantins, Prefeitura de Palmas, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Comitê Intertribal (ITC), Casa Civil, e desde junho envolve todos os ministérios. A ideia é testar na sede dos jogos indígenas as estruturas usadas pela organização das Olimpíadas do Rio. Um exemplo disso são as oficinas temáticas, que hoje funcionam no Rio de Janeiro e em Palmas, e atuam na construção de planos de saúde e segurança.

Os Jogos Mundiais Indígenas serão realizados no período de 20 de outubro a 1º de novembro em Palmas (TO). Os jogos vão reunir 24 etnias nacionais e povos de 22 países, como os Estados Unidos, Argentina, Canadá, Colômbia, Venezuela, Rússia, Finlândia, entre outros. Dentre as modalidades estão tiro com arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, canoagem e corrida de velocidade rústica, e xikunahati - jogo semelhante ao futebol que permite o uso da cabeça.

Mais informações:

www.jmpi2015.gov.br



Cleide Passos
Ascom - Ministério do Esporte
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