Lei de Incentivo ao Esporte: Pinheiros mantém estrutura de ponta em 16 modalidades olímpicas

Publicado em Terça, 09 Dezembro 2014 11:42
 
Na pista, no tatame, na piscina, na quadra... Não importa o terreno. Afinal, são 16 modalidades olímpicas praticadas no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, que foram beneficiadas pelos recursos captados via Lei de Incentivo. Desde 2008, o montante chegou a R$ 65 milhões e permitiu a continuidade dos investimentos em infraestrutura, equipamentos, equipes multidisciplinares, técnicos e intercâmbio.
 
Os recursos beneficiam 2,7 mil atletas que treinam no clube, como Tiago Camilo, medalhista olímpico no judô. Para ele, a iniciativa é fundamental na conquista de melhores resultados para o país. “Acho que essa Lei vem contribuindo bastante para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Ela desonera o clube. O Estado deixa de arrecadar, uma parte do imposto vai para o esporte e, consequentemente, temos mais verbas para a nossa preparação”, destaca. Panorama diferente daquele que Camilo encontrou ao iniciar a carreira, quando os recursos eram da própria família. “O esporte que vivencio hoje é totalmente diferente do que vivenciei antigamente. Meu pai que tinha que investir”.
 
 
Situação que era comum a outros esportes, como a ginástica artística, que passou a dar pleno suporte aos atletas somente após a aprovação da Lei, como conta o técnico Hilton Dichelli. “Nossos atletas começaram com a gente na base. Quando chegou a hora que os pais decidem se os filhos vão continuar no clube, se o futuro deles é dentro do esporte, houve a entrada da Lei, que deu uma tranquilidade. O importante é você ter o atleta exclusivo para a ginástica. Os horários de treinamento são extensos, não teria como ter outra profissão. Os pais ficam assustados, mas com a chegada da Lei houve uma garantia para eles”.
 
Foi o que aconteceu com Ângelo Assumpção, que desde os sete anos treina no clube. “Essa melhoria foi muito importante para mim. A gente acaba tendo mais equilíbrio até na vida pessoal. Poder ter contrato com o clube, sempre receber em dia... a gente conta com aquele dinheiro para fazer algumas coisas. Deu uma estabilidade financeira e posso ajudar em casa”.
 
Estabilidade financeira que para Sérgio Baldijão, técnico do judoca Tiago Camilo, é essencial para os atletas poderem viver exclusivamente do esporte e alcançar bons resultados. “Depois do advento da Lei de Incentivo as coisas melhoraram de uma forma geral no país. A gente sempre teve uma boa estrutura aqui e, agora, está melhor ainda. Em todas as modalidades conseguimos ter o que há de melhor no mundo. Isso facilita para a gente, como técnico, porque o atleta não precisa se preocupar com nada a não ser treinar e se focar no que tem que ser feito para se chegar ao sonho olímpico”, afirma.
 
Constatação feita também pelo ala-pivô Felipe Ribeiro, da equipe de basquete do Pinheiros. “A Lei de Incentivo é um apoio fundamental que nós temos. Ela dá um respaldo grande ao atleta, que pode se concentrar em somente praticar o esporte. A gente passa a se preocupar fisicamente e tecnicamente, em como evoluir, e isso tem dado muitos frutos. Temos muitos atletas olímpicos e campeões mundiais que dependem dessa iniciativa”.
 
 
Para alcançar as maiores potências mundiais em algumas modalidades olímpicas, a troca de experiência com outros países é importante para se medir o nível de preparação dos atletas brasileiros. “Se você quer chegar perto da elite do esporte, você tem que participar dos eventos que eles estão competindo. Chegou um ponto que para nós ficar só dentro do país não era suficiente. A gente precisava de algo mais e eventos internacionais como Copa do Mundo, interclubes, Pan Americanos, o nível é maior. Você volta sabendo o quanto tem que treinar, qual a distância para os atletas de quem você almeja ganhar”, afirma Dichelli.
 
Em esportes com menor número de praticantes e competições nacionais, como é o caso da esgrima, isso se torna mais importante, como afirma o técnico Gennady Miakotnykh, russo erradicado no Brasil há 13 anos. “Quando apareceu a Lei de Incentivo a esgrima melhorou bastante, porque necessitamos de muito dinheiro. O material é caro e temos as viagens. Na minha estatística, o atleta de alto rendimento tem que participar de 15 a 16 competições nacionais e internacionais por ano”.
 
 
A estrutura do Pinheiros conta com mais de 170 mil m², Centro Integrado de Apoio ao Atleta – com academia  e preparação física completa – um ginásio multiuso com seis quadras, outras oito quadras externas, oito piscinas, 24 quadras de tênis, campos de futebol e pista de atletismo. “Temos tudo de melhor, desde técnico, material, tatame, quimono, local de treino e possibilidade de viagens”, descreve Camilo.
 

Beatriz Bulcão se concentra em busca da classificação para as Olimpíadas (Frame vídeo)Beatriz Bulcão se concentra em busca da classificação para as Olimpíadas (Frame vídeo)

A melhoria nas condições para a prática esportiva passa pela compra de novos equipamentos, em grande parte com apoio do Ministério do Esporte, como tabelas e placares para o basquete, seis pistas para a esgrima, três tatames no ginásio de judô e novos aparelhos para a ginástica. “A pista que usávamos era antiga, não era o que estávamos acostumados a competir lá fora. Com esse material, estamos mais bem preparados. Eu acho que é importante para os resultados, porque daqui a pouco vem a Olimpíada e todo investimento é essencial”, elogia a esgrimista Beatriz Bulcão.
 
“O esporte de alto nível é muito caro e se não tivesse essa iniciativa governamental, teríamos morrido na praia. Estamos crescendo cada vez mais. Com a Olimpíada no Brasil, eu acho que vamos ter grandes frutos, vamos dar um salto muito grande”, completa Baldijão.
 
Além da estrutura física e financeira, o futuro do esporte no país passa pelo convívio e exemplo dos ídolos. Atletas da base treinam ao lado de outros que já são consagrados em suas modalidades. “Esse espelho aqui dentro é muito importante para quem está começando. Têm atletas disputando uma vaga olímpica e outros começando, você vivenciar isso no mesmo local e saber onde pode chegar é o ideal. É você conviver com o seu ídolo”, exalta Dichelli.
 
“A base sempre precisa de alguém para imaginar como ela pode ser no futuro. É fundamental para os garotos quando você tem um esporte de alto rendimento no clube, mostrando que alguém pode viver como jogador. Essa é a nossa função quando chegamos nesse nível”, concorda Ribeiro.
 
Exemplos não vão faltar no clube, que receberá a cerimônia do Prêmio Empresário Amigo do Esporte nesta terça-feira (9.12). A iniciativa do Governo Federal homenageia as empresas que mais contribuíram com a Lei de Incentivo ao Esporte no ano. 
 
Reportagem: Gabriel Fialho
Imagens e edição de vídeo: Danilo Borges
Ascom – Ministério do Esporte
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