ÁUDIO E VÍDEO: Fogo ancestral dos Jogos Indígenas ilumina noite de Porto Nacional (TO)

Publicado em Sábado, 05 Novembro 2011 17:14

Um dia antes da abertura oficial dos XI Jogos dos Povos Indígenas, a cidade tocantinense de Porto Nacional parou para presenciar um ritual inédito: a cerimônia espiritual de acendimento do fogo ancestral. O evento, realizado às 17h30 de sexta-feira (04.11), reuniu cerca de 2 mil portuenses na praça Nossa Senhora das Mercês, para acompanhar a solenidade comandada pelas etnias Karajá (TO), Terena (MS) e Nhandéwa (MT).

A idéia era repetir, a exemplo das edições anteriores, a técnica ancestral em plena era da tecnologia. Acompanhados pela prefeita Tereza Martins, os indígenas iniciaram o ritual do fogo. Monitorados por um pajé e de uma forma totalmente rústica, eles usaram duas madeiras que, ao serem esfregadas uma na outra, produziriam faíscas para gerar o fogo. Porém, devido às fortes chuvas que caíram na cidade, o fogo precisou ser aceso de forma convenci onal.

Em seguida, foi a vez da nação indígena Karajá, representada por Iwararu Karajá, mostrar sua força. O guerreiro, que também é vereador, partiu da parte baixa da cidade, em frente à orla, e subiu as escadas da praça para acender o fogo ancestral dos Jogos. Concluído o acendimento, as três etnias apresentaram danças tradicionais, entre elas, a Dança da Lama, com os Terena.

Segundo Marcos Terena, diretor do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, o fogo tem a simbologia da vida para os indígenas. "É de grande importância, não apenas para o cozimento dos alimentos, mas também para o aquecimento dos corpos", explicou.

Emoção
Moradores de Porto Nacional, como a dona de casa Nurilene Lopes Ferreira, emocionaram-se com o rito. "Fiquei arrepiada com a apresentação que, em minha opinião, significa uma aula de história do Brasil ao vivo. Uma oportunidade que não tive quando criança, mas  que sonhav a ter um dia".

A solenidade foi encerrada ao som de música sacra. Enquanto os indígenas faziam seus ritos sagrados, 30 metros adiante, precisamente dentro da Catedral Nossa Senhora das Mercês, 60 integrantes do apostolado da oração da Igreja Católica entoavam uma canção que dizia: "Abra as portas do seu coração e deixe a luz do céu entrar".

Para o padre Jones Pereira, pároco da catedral, a recepção que fizeram para os índios em plena praça pública tem caráter de união entre as nações indígenas e não indígenas. "Para nós, esporte é vida, cultura, saúde e religiosidade também. Pois, assim como nós, os índios têm um Deus infinito e superior", concluiu.

Confira a página especial dos Jogos Indígenas no site do Ministério do Esporte

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Carla Belizária, de Porto Nacional (TO)
Foto: Divulgação
Ascom - Ministério do Esporte
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