Jogos Indígenas: feira de artesanato garante atividade econômica com sustentabilidade

Publicado em Quarta, 09 Novembro 2011 20:25

Uma das atrações da 11ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas, em Porto Nacional (TO), a feira de artesanato é uma oportunidade que une esporte, economia e sustentabilidade. Doze tendas gigantes foram montadas com exposições de artefatos. São vendidos brincos, anéis, pulseiras, cocás, maracás, bolsas, porta-moedas e enfeites de casa, produtos que, ao longo do ciclo olímpico indígena - dois anos - foram confeccionados pelas delegações de guerreiros participantes.

As pinturas corporais, as mesmas utilizadas pelos jovens guerreiros quando vão competir, também são comercializadas. Sob a sombra das árvores, eles apresentam o modelo em papel para que os interessados possam optar pelo desenho de seu gosto.

Mãe dos guerreiros Irakurá, 23 anos, e Assukuaka, 18, Lawarita Karajá conta que participar dos Jogos Indígenas é sempre uma festa. "Além dos meus filhos competirem em várias modalidades, aproveito para conseguir dinheiro com a venda das pinturas corporais."

Entre as etnias artesãs estão os Xerente, de Tocantins, os Karajá, da Ilha do Bananal, os Pataxó, da Bahia, os Suruí Paiter, de Rondônia, e os mato-grossenses Xavante, Mamaindê, Tapirapé, Rikibaktsa, Pareci e Cinta Larga. São povos que usam a matéria- prima retirada da natureza com responsabilidade.

As penas coloridas foram colhidas pelos artesãos dentro dos ninhos, durante as três etapas em que os pássaros trocam a plumária no ano. Também são utilizadas sementes de frutos e de árvores, madeira, coco, palha, bambu, conchas e outros derivados do rio e do mar, como escamas de peixe e carapaças de caracóis.

Os recursos adquiridos com a venda das peças artesanais têm destino certo. O trabalho, feito na maioria das vezes por grupos de dez pessoas cada um, é destinado ao investimento na agricultura familiar, à compra de alimentos, à criação de animais e a melhorias para o povoado.

Sobrevivência
Arakury Pataxó, 25 anos, é a liderança responsável pela venda dos produtos de sua aldeia. Além de agradecer a oportunidade de expor e participar dos Jogos Indígenas, ele conta que seu povo sobrevive, principalmente, das inúmeras exposições que faz em feiras de todo o Brasil. "Moramos no território indígena de Barra Velha, no município de Porto Seguro, Bahia, uma área de proteção ambiental. Não podemos caçar animais, por exemplo. Por isso, com o dinheiro das feiras, compramos alimentos para todos", explica.

Segundo o indígena, a vinda a Porto Nacional está sendo prazerosa. "As pessoas daqui são acolhedoras. Estamos bastante à vontade e bem de saúde porque aqui não tem poluição. Somos acostumados com floresta", explicou.

A cliente Elineuza Mopreira, 50 anos, não se conteve: comprou várias lembranças e disse estar satisfeita com o contato. "É uma convivência muito boa. A gente aprende os costumes deles e passa a respeitá-los ainda mais".

Confira a página especial dos Jogos Indígenas no portal do Ministério do Esporte

Confira a reportagem em áudio



Carla Belizária, de Porto Nacional (TO)
Foto: Dornil Sobrinho/Prefeitura de Porto Nacional
Ascom - Ministério do Esporte
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