Na disputa de pênaltis, anfitriãs conquistam título de futebol nos Jogos Indígenas

Publicado em Quinta, 10 Novembro 2011 22:21

Elas mostraram a que vieram e repetiram a proeza de outro time anfitrião, dos Xerente, que conquistou minutos antes o campeonato de futebol masculino. O time  feminino Karajá, da Ilha do Bananal, em Tocantins, deu um show de bola numa partida emocionante, venceu por 3 a 1 as Bororo Boe, de Mato Grosso, na disputa de pênaltis, e ficou com o título de futebol feminino dos Jogos dos Povos Indígenas.

Num jogo disputadíssimo, com direito a vários dribles, chapeuzinhos e bolas na trave, o Estádio General Sampaio, em Porto Nacional (TO), ficou pequeno para tanto talento. No tempo  regulamentar, houve empate por 0 a 0. A disputa foi para os pênaltis.

A arquibancada com mais de 2 mil pessoas, entre etnias visitantes e moradores de Porto Nacional, foi ao delírio. O destaque da partida ficou para a goleira Noweib Karajá (foto), que além de defender quatro das cinco cobranças da equipe adversária, marcou o terceiro gol do time campeão. "Estamos felizes da vida", disse, emocionada.

Karajá
O grupo habita a Ilha do Bananal, no Parque Indígena do Araguaia, em Tocantins. Tem origem lingüística Macro-Jê e possui íntima relação com o rio Araguaia, fonte de sua subsistência. Segundo o mito de criação do povo Karajá, os primeiros indígenas saíram do fundo do rio e ocuparam as terras perto das margens. O contato com a população branca se intensificou nos séculos XVI e XVII, com a exploração de ouro e a expansão pecuária na região, ocasionando perdas culturais e mortes. Os Karajá guardam muito de suas tradições culturais, como cantos, principalmente na Festa do Hetohoky (Casa Grande). Nela, demonstram as danças e as lutas corporais Ijesu. Outra festa é a do Aruanã, em homenagem ao peixe da região, que eles crêem proteger a todos os Karajá.

Bororo Boe
Conhecidos como Coroados ou Parudos, habitam o planalto central do Mato Grosso, distribuídos em cincos terras indígenas já demarcadas: Jarudore, Meruri, Tadarimana, Tereza Cristina e Perigara. A língua é o Bororo, do tronco lingüístico Macro-Jê, e a população é de aproximadamente 2.000 pessoas. Praticam rituais como a Festa do Milho, o Furação de Orelha e Lábios e o Ritual do Funeral. Tradicionais caçadores e coletores, os Bororo Boe adaptaram-se à agricultura, confeccionam artesanatos plumários (cocar e braçadeiras em penas) e pintam o  corpo com argila. Foram campeões gerais dos I Jogos dos Povos Indígenas, em Goiânia (1996).

Confira a página especial dos Jogos Indígenas no portal do Ministério do Esporte

Carla Belizária, de Porto Nacional (TO)
Foto: Dornil Sobrinho/Prefeitura de Porto Nacional
Ascom - Ministério do Esporte
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