Interação com a comunidade marca primeiro dia dos Jogos Verdes Indígenas

Publicado em Sábado, 16 Junho 2012 11:52

A arena dos Jogos Verdes Indígenas erguida no Campus da Fiocruz, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, foi palco de manifestações étnicas nesta sexta-feira (15.06). Crianças, adolescentes e adultos, a maioria estudantes da rede pública, vivenciaram costumes dos índios, como a prática de arco e flecha. Com pinturas corporais diferenciadas, plumagens e vestimentas típicas de cada povo, os guerreiros Itaguari Pataxó, Kaqiuri Manoqui, Akaizormucê Pareci, Akauâ Kamaiurá, Joacyr Xerente, Takunai Gavião, Tauã Terena, Kaipó Gavião e Bartolomeu Xerente mostraram suas técnicas com o equipamento.

Com os mesmos arcos e flechas usados em suas aldeias durante a caça e a pesca, três índios Kayapó Parkatejê apresentaram o Kaipã. Trata-se de uma técnica em que se utiliza uma palha de coqueiro entrelaçada e colocada no centro da arena para desviar as flechas e acertar o alvo. Essa habilidade surpreendeu o estudante Wallace Pedro Ramos, 14 anos. "Só conhecia os índios do Brasil em fotografias dos livros de história ou pela televisão. Nunca dessa forma, ao vivo", contou.

Houve demonstração de corrida de tora pelo povo Xerente, do Tocantins. Um grupo com cerca de 20 índios-atletas carregaram uma tora da palmeira de Buriti, de quase 80 quilos, correndo numa espécie de revezamento. Os visitantes puderam conhecer ainda o ritual fúnebre dos Bororo. "Para que o espírito do morto tenha luz, eles cantam, dançam e pulam", explicou o locutor do evento.

Kaiapós usam tacos de madeira para mover bola de coco babaçu no Romksam

Como acontece em todos os esportes indígenas, primeiro os atletas realizam o ritual e só então é iniciado o jogo. Foi o que aconteceu com o povo Kaiapó durante a apresentação do Romksam, em que os índios usam tacos de madeira para conduzir ao gol um jogo cuja bola é um coco babaçu.

Ao final do evento, o povo Karajá mostrou a dança da onça. Durante a representação, um índio incorporou o espírito de uma onça para fazer o batismo das guerreiras que mudam o nome. Já o povo Kamaiwrá, do Parque do Xingu (MT), encerrou o evento com a dança do papagaio e convidou todos os presentes para participar do espetáculo, em uma grande confraternização.

Os estudantes Carolina dos Santos, Tais Miranda, Carlos Lacerda, André Vitor e Antônio Carlos não hesitaram e caíram na dança. "Tivemos a oportunidade de interagir e nos arrependeríamos muito se a deixasse passar. Para nós é uma honra estar aqui", disseram.

Outra espectadora entusiasmada do evento foi a professora do sistema prisional do Rio de Janeiro, Maria da Conceição Gomes. "É uma emoção muito grande estar aqui. A gente sente na pele a integração do ser humano com o meio ambiente. É uma alegria tão grande que parece até que somos um só povo e pertencemos à mesma aldeia", afirmou.

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Carla Belizária, do Rio de Janeiro
Foto: Francisco Medeiros
Ascom - Ministério do Esporte
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