Pintando a Cidadania retoma atividades com familiares de ex-presidiários no Paraná

Publicado em Segunda, 14 Janeiro 2013 16:29

O Programa Pintando a Cidadania em São José dos Pinhais, no Paraná, uma parceria entre o Ministério do Esporte e a Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, reinicia suas atividades neste ano, após receber da pasta uma verba de R$ 1,5 milhão, que será usada na produção de materiais esportivos como bolas de várias modalidades, bolas de futebol com guizo (para atletas cegos), redes, camisetas, jaquetas, bolsas, e agasalhos de moletom e microfibra. Criado há 11 anos, o programa trabalha com moradores de comunidades carentes em fábricas de material esportivo, e tem como objetivo principal a inclusão social e o ingresso dessas pessoas no mercado de trabalho.

A coordenadora do Pintando a Cidadania, Joseane Salmito de Araújo, destaca a importância do projeto no Paraná pela grande variedades de itens a serem produzidos, e ainda por contar com os conhecimentos do professor Roberto Canto e da instrutora Selma Barbosa, o que, segundo ela, atribui uma qualidade maior ao material confeccionado, que será posteriormente distribuído à população em situação de vulnerabilidade social.

Idealizador do programa no município, o diretor de unidade na secretaria, Roberto Canto, ressalta que o Pintando a Cidadania em 2013 traz como novidade a participação da ex-presidiária e costureira do Sistema Penitenciário do Paraná Selma Barbosa, 39 anos, natural de Nova Xavantina, em Mato Grosso. Ela assumirá, como instrutora, a direção de algumas turmas na penitenciária de São José dos Pinhais, dentro do programa que foi responsável pela recuperação de sua dignidade e da identidade perdida, e que a ajudou a se transformar numa profissional da moda, após receber uma bolsa de estudo na Universidade de Cuiabá (Unic), curso que foi concluído no fim de 2010.

Para a design de moda, o convite é uma oportunidade para desenvolver o seu trabalho e sua carreira, e também é o momento de conquistar o maior sonho de sua vida, ou seja, adquirir mais experiência na área e montar o seu próprio negócio, além de ajudar outras pessoas que estão passando ou já passaram por uma prisão. "Vou tentar repassar o máximo do meu conhecimento e dizer para os meus alunos que existe solução para todos os problemas, e que podemos recomeçar uma vida nova independentemente do passado", afirma a atual instrutora do Pintando a Cidadania.

O Programa Pintando a Cidadania é uma extensão do Pintando a Liberdade, que tem como objetivo promover a ressocialização de internos do sistema penitenciário, por meio de fabricação de materiais esportivos. Além da profissionalização, os detentos reduzem um dia da pena a cada três dias trabalhados. Atualmente, os dois programas operam em 13 estados brasileiros. São 14 unidades de produção em funcionamento, com 4.320 detentos envolvidos no processo.

Desde a criação, o Pintando a Liberdade teve como instrutores em todo o país egressos do sistema penitenciário paranaense. O programa vem sendo internacionalizado por meio de parcerias com países como Angola, Moçambique e El Salvador, e futuramente poderá ser modelo para outras regiões do Brasil.

Cleide Passos
Foto: divulgação/SJ-PR

Ascom - Ministério do Esporte
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