Ministério do Esporte Artigo: Superando os 7 x 1 na gestão do futebol
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Artigo: Superando os 7 x 1 na gestão do futebol

Publicado em 10.01.2018 na Folha de S. Paulo
 
No futebol, algumas imagens são tão resistentes que não perdem força mesmo diante dos fatos. A seleção brasileira voltou a encantar a torcida, mas os ecos dos 7 x 1 na última Copa do Mundo ainda são ouvidos nas entrevistas do técnico Tite. O assunto também vem à tona sempre que se debate a (falta de) gestão nos clubes.
 
O cenário se repete quando o tema é o PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro). A iniciativa vem tendo sucesso no aprimoramento da gestão das entidades esportivas, mas as falácias sobre a criação de um PROFUT 2 ainda geram repercussão. Portanto, precisamos mostrar o que já foi feito.
 
Primeiro, é importante lembrar que entre as 137 entidades esportivas inscritas, 40 representam mais de 90% da dívida. Por essa razão, para efeitos do PROFUT, menos pode ser considerado mais. Essas mesmas entidades já recolheram valores superiores a R$ 230 milhões em tributos, o que reforça o sucesso do programa, jogando por terra os boatos de que os clubes não estão cumprindo suas obrigações.
 
Esses fatos já seriam um grande indicativo dos acertos do PROFUT, mas é possível enumerar outros pontos positivos. Pela primeira vez, um órgão de controle externo, a APFUT (Autoridade Pública de Governança do Futebol), tem poder para obrigar os clubes que aderiram ao programa a apresentarem as demonstrações financeiras anuais e trimestrais, além das previsões orçamentárias. O que em muitos setores é considerado trivial, no âmbito do futebol, com algumas exceções, pode ser tratado como novidade.
 
Como o mercado ainda não se encontra totalmente regulamentado, para melhorar a padronização das informações foi criado um Manual de Contabilidade específico para as entidades esportivas. Seu processo de elaboração teve a participação dos clubes, de forma a melhor entender suas necessidades, chegando a uma norma específica para o setor, com a chancela dos órgãos de classe competentes.
 
Atenta à mudança de paradigma, a APFUT entendeu que as contrapartidas exigidas demandariam um processo de mudança de mentalidade. Em vez de apenas excluir as entidades, iniciou-se um trabalho de conscientização para implementação das alterações, de acordo com o devido processo legal.
 
Esse trabalho, um pouco mais demorado do que a simples exclusão de uma entidade por descumprir as contrapartidas legais, não se reduz à punição, mas visa promover uma transição para um modelo de gestão profissional, gerando efetivamente um legado para o futebol brasileiro.
 
Está claro que alguns ficarão pelo caminho, como já acontece no processo de fiscalização da APFUT. A título de informação, mais de 10% das entidades que aderiram ao programa foram excluídas por não cumprirem as obrigações.
 
A boa gestão de um clube não pode ser julgada apenas pelas conquistas de campeonatos. Controle orçamentário, pagamento de obrigações e salários, busca por novas receitas e responsabilidade fiscal devem coexistir de maneira harmônica nas vitórias e nas derrotas. A sustentabilidade financeira de longo prazo é um gol a ser comemorado.
 
O Brasil vem passando por momentos de profunda transformação sobre os deveres e os objetivos de cada instituição. O futebol, por tudo que representa para o povo brasileiro, não pode se dar ao luxo de ficar de fora dessas mudanças, sob risco de, daqui a 50 anos, ainda nos lembrarmos dos 7 x 1 e de tentativas frustradas de salvar os clubes brasileiros por meio do PROFUT 2, PROFUT 3, PROFUT 4...
 
Luiz André Mello, presidente da APFUT
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