Ministério do Esporte Homenagens às vítimas de acidente aéreo com a Chapecoense conectam Brasil e Colômbia
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Homenagens às vítimas de acidente aéreo com a Chapecoense conectam Brasil e Colômbia

Quase 4,5 mil quilômetros em linha reta separam Chapecó, no interior de Santa Catarina, de Medellín, na Colômbia. Uma conexão espontânea e simbólica entre as duas cidades, no entanto, se estabeleceu na noite desta quarta-feira, 30.11. Uma comunhão que transcendeu cartografias, fronteiras, distâncias e não coube fisicamente na Arena Condá nem no estádio Atanasio Girardot.

Em Chapecó, mais de 20 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar, lotaram o estádio na cerimônia em homenagem às 71 pessoas que morreram no acidente com o voo da Lamia. A aeronave levava jogadores da Chapecoense, jornalistas e tripulação para a cidade colombiana onde seria disputada, nesta noite, a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, e caiu numa região montanhosa próxima ao aeroporto José Maria Córdova, o principal de Medellín.

Familiares de vítimas do acidente se reuniram em Chapecó. Foto: Valéria Barbarotto/MEFamiliares de vítimas do acidente se reuniram em Chapecó. Foto: Valéria Barbarotto/ME

» Confira mais detalhes das homenagens no Twitter do Brasil2016

Familiares das vítimas, jogadores das categorias de base, atletas do time principal que não viajaram, dirigentes e torcedores se uniram na casa da equipe brasileira em correntes de oração, celebrações religiosas, cânticos e homenagens. Além do público em campo, cerca de mil pessoas se juntaram do lado de fora da arena catarinense e acompanharam por um telão. Faixas diversas, luzes dos celulares, volta olímpica e gritos de "É Campeão" e "Vamos, Chape" foram algumas das manifestações, numa tentativa de dar alento aos que ficaram e reverenciar os que se foram.

"Hoje o coração me chamou. Minha esposa e minha filha nunca tinham vindo à arena e foram elas que me convidaram. Acho que isso demonstra o carinho do pessoal de Chapecó. Todo mundo tinha algum conhecido. A lembrança não vai passar", afirmou o comerciante e torcedor Dirceu Tomazi.

"É difícil explicar a sensação. É um choque, um baque, ninguém está preparado para uma coisa dessas. O que posso dizer é que o pessoal que ficou vai dar o máximo. Vamos levantar esse clube porque a Chapecoense merece", disse Yago Sena, zagueiro da categoria Sub-20.

Arena Condá e Atanasio Girardot. Fotos: Valéria Barbarotto/ME e Rafael Brais/MEArena Condá e Atanasio Girardot. Fotos: Valéria Barbarotto/ME e Rafael Brais/ME

Irmandade

Na cidade colombiana, um evento sem precedentes na história do futebol mundial. Cerca de 52 mil torcedores, a ampla maioria vestida de branco e com flores e velas nas mãos, lotaram o Atanasio Girardot no horário em que seria disputada a partida. Uma multidão se juntou em luto e respeito nas ruas nos arredores da arena. Em vez da conhecida competência com a bola rolando dos atuais campeões da Libertadores da América, o que se viu no campo do Atlético Nacional foram curtas falas de dirigentes locais, cenas de solidariedade e o som da Orquestra Sinfônica de Medellín.

"Estamos contigo, Chape", "Uma nova família nasce", "Equipe imortal, campeões pra sempre", "Força Chapecó". Esses eram os dizeres de algumas das faixas espalhadas pelo estádio. A todo instante a torcida entoava o famoso "Vamos, vamos, Chapê". Crianças com o uniforme da equipe brasileira entraram em campo com balões brancos que foram soltos para o céu enquanto eram lidos os nomes das vítimas. Helicópteros usados no trabalho de salvamento lançaram pétalas de flores sobre o estádio.

"Em poucas horas depois da tragédia, tudo já estava organizado. Isso nos deixa a lição de que o futebol, na verdade, vai muito além do futebol. Existe a prática, mas, acima de tudo, o respeito com o próximo. Isso ficou evidenciado nesta noite", avaliou o assessor especial do Ministério do Esporte, Wilson Gottardo.

"O que vi hoje aqui foi inesquecível, acalentador, carinhoso. A receptividade do povo colombiano foi incrível desde o primeiro momento e vamos transmitir isso tudo para as famílias das vítimas", disse o diretor jurídico da Chapecoense, Marcelo Zolet.

O diretor técnico do Atlético Nacional, Reinaldo Rueda ressaltou que os colombianos sempre quiseram jogar como o Brasil. Depois de citar craques como Pelé, Rivellino, Gerson, Piazza, listou os nomes de jogadores da Chapecoense que ele vinha estudando para a final da Sul-americana. "Eles estarão vivos para sempre".

Torcedor do Atlético Nacional, André Lopez trajava uma camisa em homenagem ao time de Chapecó. Para ele, a relação dos dois times está ligada para sempre. "Somos a partir de agora equipes irmãs, um sempre vai apoiar o outro".

Logística e Saúde

Representante do Governo Federal Brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, se emocionou com o acolhimento do povo colombiano. "Neste momento de muita dor para todos nós, as expressões de solidariedade que aqui encontramos nos oferecem um consolo imenso. Uma luz quando todos estamos tentando entender o incompreensível", afirmou.

"Os brasileiros jamais esquecerão a forma como os colombianos sentiram o terrível desastre que interrompeu o sonho desse heróico time. Assim como não esqueceremos a atitude do Atlético Nacional e de todos os torcedores que pediram que o título da Copa Sul-Americana fosse para a Chapecoense. Um gesto que honra o esporte de toda Colômbia e honra essa querida Medellín, e que faz ainda maior o Atlético. Depois do ocorrido, o Brasil viu uma dura realidade de uma festa que não existiu, em um jogo histórico que não foi realizado. Que as cores da Chapecoense e do Atlético, o verde e branco, sejam da esperança e paz", completou.

Serra viajou a Medellin para chefiar os trabalhos do governo brasileiro nas ações de apoio e logística às vítimas da tragédia. O Itamaraty determinou o deslocamento de funcionários da embaixada brasileira em Bogotá, na Colômbia, para Medellín para prestar a assistência aos familiares. Após a fase de reconhecimento e liberação, aeronaves C-130 Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) farão o traslado dos corpos. Está previsto um velório coletivo em Chapecó.

Paralelamente, uma comitiva formada por equipe técnica da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) está na Colômbia para dar apoio ao retorno de familiares e sobreviventes. A equipe seguiu em voo da Força Aérea Brasileira (FAB), no grupo que também levou representantes do Itamaraty e da Polícia Federal.

Além de prestar atendimento psicológico, o objetivo da equipe é levantar informações atualizadas sobre as vítimas e verificar a necessidade de apoio ao regresso de sobreviventes. Ao todo, três atletas (Folmann, Neto e Alan Ruschel), um jornalista (Rafael Henzel) e dois integrantes a tripulação (Ximena Suárez e Erwin Tumiri) resistiram ao acidente e recebem cuidados médicos na Colômbia.

Em função do desastre, o presidente da República, Michel Temer, decretou luto oficial de três dias pela morte dos brasileiros.

Valéria Barbarotto e Rafael Brais, do Ministério do Esporte, com informações do Portal Brasil 

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