Ministério do Esporte Sinônimo de persistência, Robson Conceição se torna o primeiro campeão olímpico do boxe brasileiro
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Sinônimo de persistência, Robson Conceição se torna o primeiro campeão olímpico do boxe brasileiro

“Nunca desistir. O caminho é longo, mas a vitória é certa”. A frase que inspira Robson Conceição resume a extensa trilha que o baiano de 27 anos percorreu até a consagração nesta terça-feira (16.08). Foram três ciclos olímpicos, contando Pequim e Londres, para ele, enfim, se tornar um medalhista olímpico. O sonho se concretizou no Pavilhão 6 do Riocentro, quando o árbitro levantou o braço do brasileiro e decretou a vitória contra o francês Sofiane Oumiha por decisão unânime na final do peso-leve (até 60kg). 
 
Pódio da categoria até 60kg. O ouro inédito e histórico para o Brasil. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brPódio da categoria até 60kg. O ouro inédito e histórico para o Brasil. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Assim, o menino que chegou a vender picolé na praia e que continua com voz serena, tranquila e sotaque carregado de baianidade, ser o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro no boxe. O pódio inédito consolida a força da terra dos melhores pugilistas do país, conhecida como “Cuba brasileira”. 
 
“Hoje fiz história, mas é só um reflexo de anos de dedicação e luta. Estou muito feliz. Ainda estou sonhando e não quero acordar nunca”, afirma o campeão, morador agora ilustre do bairro de Boa Vista de São Caetano, em Salvador. O pódio de hoje é o quinto do Brasil na história do boxe olímpico. “Olhando para a minha infância humilde, chegar aqui é tudo. Ter a torcida cantando ‘é campeão’ e me empurrando para a vitória foi uma experiência incrível”, diz o pugilista.
 
A vitória de Robson por decisão unânime. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brA vitória de Robson por decisão unânime. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Ansiedade
 
A persistência é uma de suas características marcantes. Robson subiu ao ringue em Pequim, em 2008, e em Londres, em 2012. Em ambas, perdeu na luta de estreia. “Eu falo para os outros atletas nunca desistirem. Se fosse pela derrota, eu não estaria aqui. Quando comecei no boxe, fiz dez lutas e perdi todas. Pense no quanto apanhei. Mas, se tivesse desistido, hoje não seria campeão olímpico”, frisa. 
 
Desde quando venceu o seu grande adversário, o cubano Lazaro Alvarez, na semifinal dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Robson Conceição esperava ansiosamente pela final. Manteve os pés no chão e mostrou humildade nas declarações, mas não deixava de acreditar que o ouro poderia ser questão de tempo.
 
Em 2009, ele quase abandonou a modalidade. Na época, o baiano não quis morar em São Paulo para treinar com a seleção. Saiu da equipe principal e perdeu apoio financeiro. A Bolsa Atleta do Ministério do Esporte virou a única fonte de recursos.  
 
Já no ciclo para o Rio, o caminho até o ouro contou com o apoio financeiro do Bolsa Pódio do Ministério do Esporte – no valor de R$ 15 mil mensais –, além de estrutura montada pela confederação para a Seleção. Robson dedicou 100% de suas atenções ao esporte, com foco exclusivo em representar o país no Rio 2016.
 
Foram duas bases de treinos. Uma em São Paulo, com a seleção principal, e outra em Salvador, onde treina com Luiz Dórea – um dos principais treinadores do país, que carrega no currículo grandes nomes do esporte, como o do ex-pugilista Popó e do MMA.
 
Robson durante a luta final contra o francês Sofiane Oumiha. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.brRobson durante a luta final contra o francês Sofiane Oumiha. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
 
Final olímpica
 
A final da categoria até 60kg fechou a noite desta terça-feira no Pavilhão 6 do Riocentro. Foi o primeiro confronto entre os dois pugilistas. O francês vinha de vitória sobre o atleta da Mongólia Otgondalai Dorjnyambuu – segundo melhor do mundo. Na análise de Conceição, a receita foi buscar a vitória clara, sem contestações possíveis, sempre. “Nunca podemos depender dos jurados”, sentencia. 
 
Adversário da final, Sofiane Oumiha reconhece que Robson foi melhor e elogia a participação intensa da torcida brasileira. "Eu tentei dar o meu melhor, mas no fim ele foi o vencedor, mesmo. A prata sempre envolve um grau de desapontamento, mas logo depois percebi como era sortudo de estar onde estou e me sinto orgulhoso", destaca o francês. "Eu nunca havia tido a experiência de ter uma multidão contra mim, mas achei magnífico. O público brasileiro estava o tempo todo com Robson”, completa. 
 
A medalha olímpica soma-se a outras conquistas. Robson foi bronze no Mundial de Doha, em 2015; prata no Mundial de Almaty, em 2013; ouro no Continental Pan-Americano de Santiago, em 2013; prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011; e ouro no Pré-Olímpico da Guatemala, em 2008.
 
Caminho do ouro
 
O caminho até o ouro começou no dia 9 de agosto. O primeiro desafio foi contra o pugilista Anvar Yunusov, do Tajiquistão. O brasileiro venceu por nocaute técnico. Nas quartas de final, Conceição superou por decisão unânime dos árbitros a Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão.
 
Passar pela semifinal era o maior desafio desde que ficou desenhado o sorteio da chave. Robson enfrentou um de seus maiores adversários na categoria até 60kg. Combate considerado como final antecipada, o brasileiro venceu o cubano Lazaro Alvarez, número 1 do mundo, tricampeão mundial e medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, em decisão dividida.
 
“Estávamos empatados com uma vitória cada. Com o apoio da torcida, mandando eu ir para cima e mandando mensagens nas redes sociais, consegui vencer. Mostrei muita técnica, muita vontade de lutar e penso que impressionei a todos”, ressalta o brasileiro, logo após o combate contra Alvarez.
 
Os sonhos de Robson Conceição não terminaram após a medalha olímpica. Depois do Rio 2016, ele pretende lutar profissionalmente. O desejo é competir até os 35 anos e realizar outro feito: ser campeão do mundo.
 
Trilha olímpica
 
Ao longo do ciclo olímpico atual, nove pugilistas foram contemplados com a Bolsa Pódio, resultado de um investimento total de R$ 1,8 milhão. Além disso, a Bolsa Atleta somou mais de R$ 7,3 milhões entre 2012 e 2015, na concessão de 587 bolsas, nas categorias nacional, internacional e olímpica.
 
O Ministério do Esporte investe na modalidade por meio de convênios com a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). O primeiro foi em 2010, no valor de R$ 111 mil, e permitiu a aquisição de três ringues, 15 sistemas eletrônicos de pontuação e material esportivo. 
 
“Gostaria de agradecer a todos que me apoiaram e me incentivaram. O trabalho realizado no boxe vem sendo feito há muitos anos. Para se ter resultado não adianta se dedicar em pouco tempo”, finaliza o campeão olímpico.
 
Breno Barros, brasil2016.gov.br
 
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