Campeãs mundiais, brasileiras do handebol têm amistosos de luxo com as campeãs olímpicas

Publicado em Sexta, 12 Junho 2015 09:33

Dois amistosos “de luxo”, contra a Noruega, que tem o handebol como esporte nacional, estão programados para a seleção brasileira feminina em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. As partidas fazem parte da preparação para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, que serão disputados entre os dias 10 e 26 de julho, no Canadá. As brasileiras, campeãs do Mundial na Sérvia em 2013, fazem a primeira partida nesta sexta-feira (12.6) contra as norueguesas, país com os títulos olímpicos femininos dos Jogos de Pequim 2008 e de Londres 2012, além dos títulos mundiais, de 1991 e de 2011. O jogo está marcado para as 17h30, no Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, que recebe a segunda partida no domingo (14.6), às 10h, com a presença do ministro do Esporte, George Hilton.

Presidente da Confederação Brasileira de Handebol, (CBDb), Manoel Oliveira, diz que foi o Ministério do Esporte, “parceiro e aliado de tantos anos”, que possibilitou ao esporte alcançar o estágio em que se encontra hoje, com a seleção feminina pronta para defender o título do Pan de Guadalajara 2011 e, principalmente, o do último Mundial, na edição deste ano – de 5 e 20 de dezembro, na Dinamarca. “Sempre faço questão de dar crédito ao Ministério do Esporte, porque nossos patrocinadores, Correios e Banco do Brasil, só chegaram depois. E, de recursos do governo federal, ainda contamos com a Lei Agnelo/Piva.”

As jogadoras da Noruega estiveram no Rio de Janeiro nesta semana, treinando com as brasileiras na Escola de Educação Física do Exército (CCFex). Para as norueguesas, mesmo com alguns problemas de lesão – como as brasileiras – e em período de renovação da equipe, a vinda ao Brasil é importante, por conta dos Jogos Olímpicos do Rio 2016, onde defenderão seu título (em Londres 2012, o Brasil chegou muito perto de vencer as então campeãs mundiais – título conquistado em 2011 no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo).

Desde então, a seleção brasileira mostrou que estava no caminho certo da evolução, derrotando a Sérvia na final de seu Mundial de 2013, na Arena Belgrado, calando o público de 20 mil pessoas, recorde no handebol.

Ganhos dos dois lados
Para o técnico Morten Soubak, estes treinos conjuntos e os amistosos são muito importantes, não apenas para o Pan, mas também para o próximo Mundial e os Jogos Olímpicos. “De fato, estamos, sim, testando algumas ideias novas. Treinamos também com intensidade, contra quem não estamos acostumados, e totalmente alertas. Claro que as duas seleções têm de abrir um pouco o seu jogo, mas ainda assim acrescenta muito, para os dois lados.”

Morten está trabalhando com 21 jogadoras – um grupo maior do que o normal -, dando oportunidade e mais jogadoras. Algumas estão voltando de lesões, mas não deixam de estar com o grupo para ir assimilando o trabalho – como Duda, eleita a melhor jogadora do mundo de 2014, em recuperação de cirurgia no joelho esquerdo.

A Noruega, explica Morten, está com uma equipe nova, mas que já foi campeã do Europeu disputado no fim do ano passado. “Poucos esperavam, mas elas mostraram o quanto têm de capacidade: mesmo com titulares fora, elas se mantêm no nível mais alto”, observa.

Recursos do governo federal
A CBHb é uma das Confederações que conta com forte apoio do Ministério do Esporte. O modelo do planejamento para a seleção feminina, que se tornaria campeã mundial em 2013, vem ainda de 2010, com base em um convênio de R$ 2,2 milhões utilizados para a estruturação da equipe permanente, até com ajuda de custo às jogadoras. Em 2014, o Ministério ainda repassou recursos à CBHb com mais dois convênios – um de cerca de R$ 1,8 milhão para a seleção masculina e outro de mais de R$ 100 mil para o encontro de professores de handebol, visando à integração da CBHb com os profissionais de ensino superior de todo o país – e padronização de método.

Em 2011, os recursos chegaram a R$ 11,3 milhões. Cerca de R$ 5,4 milhões de convênio foram para a preparação da seleção feminina, com treinos, competições, contratação de equipe multidisciplinar e viagens para jogos no Exterior – em vigência, visando aos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Outros R$ 5,3 milhões foram para a realização do Mundial do Brasil 2011, quando a seleção feminina chegou à melhor colocação da história: foi quinta colocada, perdendo a chance de medalha por apenas um gol, com uma única derrota – e no último minuto – diante da Espanha. Também foram conquistadas medalhas em todas as competições continentais das categorias Junior, juvenil e cadete.



Para o presidente Manoel Oliveira, esse Mundial 2011 levou a seleção feminina “a um outro patamar em termos mundiais”. Com o bom desempenho das garotas, o handebol foi incluído no Plano Brasil Medalhas, com patrocínio de estatais para os esportes coletivos.

Em 2012 foram firmados outros três convênios – um, de R$ 2 milhões, para a estruturação do Centro Nacional de Desenvolvimento do Handebol no Sesi-Blumenau-SC, com contratação de comissão técnica para as categorias juvenil e júnior e onde há atividades principalmente para esses novos talentos. Um de R$ 3 milhões foi para a preparação das seleções feminina e masculina, também visando aos Jogos Olímpicos do Rio 2016, e mais outros, de R$ 300 mil para outros encontro entre profissionais universitários.

Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a seleção feminina ficou em sexto lugar – o Brasil perdeu de virada justamente da Noruega, que ficaria com a medalha de ouro, à frente de Montenegro e da Espanha).

Handebol entra no Plano Brasil Medalhas
Dos Correios, a CBHb tem R$ 5 milhões do período 2012/2013; R$ 5,2 milhões para 2013/2014 e R$ 6,8 milhões para 2014/2014, em total de R$ 17 milhões. São para preparação e apoio financeiro das duas seleções adultas, feminina e masculina, que trabalham visando aos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Do Banco do Brasil, entre 2013 e 2014, foram R$ 5 milhões, via Lei de Incentivo ao Esporte, para três projetos – dois, também para preparação das seleções feminina e masculina, rumo ao Rio 2016, e um terceiro para a realização da Liga Nacional Feminina.

O handebol ainda tem 371 inscritos no programa Bolsa-Atleta agora em 2015 – pelo Edital de 2014, foram pagos R$ 5,3 milhões aos contemplados.

E parceria do Ministério do Esporte com a Prefeitura de São Bernardo do Campo investiu R$ 12 milhões para construção do Centro de Desenvolvimento do Handebol Brasileiro na cidade do ABC paulista, com dois ginásios (a contrapartida da prefeitura é de R$ 1 milhão).

Denise Mirás
Ascom - Ministério do Esporte
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