Vela: Melhor do mundo, Kahena Kunze diz que ainda tem muito a aprender

Publicado em Sexta, 26 Dezembro 2014 14:55

Kahena Kunze, proeira do barco da classe 49er com o qual foi campeã mundial com sua timoneira Martine Grael em 2014, diz que a dupla buscou a conquista do título de melhor velejadora do planeta em 2014 como o principal objetivo da temporada. Entretanto, ela se despede deste ano ciente de que foi repleto de motivos para comemorar. Tanto nas regatas como fora delas.

Kahena Kunze (E) e Martina Grael, na etapa de Mallorca da Copa do Mundo (Jesus Renedo/ISAF Divulgação)Kahena Kunze (E) e Martina Grael, na etapa de Mallorca da Copa do Mundo (Jesus Renedo/ISAF Divulgação)


Dentro do barco, Kahena e Martine conquistaram vários títulos. O maior deles foi o Campeonato Mundial. A competição, chamada de Mundial de Todas as Classes, foi disputada em setembro, em Santander, na Espanha, e ocorre apenas de quatro em quatro anos, servindo como seletiva olímpica e sendo, portanto, bastante prestigiada.

Longe das raias, as brasileiras tiveram seus talentos reconhecidos pela Federação Internacional de Vela (ISAF, na sigla em inglês), que as elegeu as melhores velejadoras do mundo em 2014 (entre todas as classes). No masculino, o prêmio foi para o australiano James Spithill.

Assim, Kahena Kunze, contemplada com a Bolsa Pódio do governo federal — que auxilia a preparação dos atletas com mais chances de subir ao pódio nos Jogos Rio 2016 —, diz que ter sido escolhida ao lado de Martine Grael como a melhor do mundo foi uma honra. Longe de se vangloriar pelos feitos de 2014, ela afirma que ainda tem muito a evoluir. Mas está ciente de que a atual temporada que se encerra foi muito especial. “Sabemos que ainda temos muito para aprender e que ainda temos um belo caminho pela frente. Mas foi um ano muito bom”, reconhece.

Kahena, o técnico espanhol Javier Torres e Martine Grael (Foto: CBVela Divulgação)Kahena, o técnico espanhol Javier Torres e Martine Grael (Foto: CBVela Divulgação)Tudo o que a dupla atingiu até aqui foi conquistado com muito esforço e somente foi possível por conta de um diferencial, segundo Kahena: o “técnico exemplar” Javier Torres. Para a velejadora, o plano de treino do espanhol é muito bom em todos os aspectos, tanto em relação às competições como no que diz respeito aos períodos de descanso. Entretanto, quando fala sobre o futuro, Kahena afirma que, como a classe 49er é nova, vários pontos ainda podem ser trabalhados, como “manobras, equipamentos e outros detalhes.”

Aos 23 anos (mesma idade de Martine Grael), Kahena Kunze, 1,72m e 68kg, recorda a última regata do Mundial de Santander como um marco para a modalidade. “Eram tantas pessoas vendo o fim da regata que já ficou marcado. Disseram que nem em Jogos Olímpicos teve tanto público. E a gente estava nervosa. Já tínhamos o segundo lugar garantido, mas estávamos muito perto da Ida Nielsen e da Marie Olsen (da Dinamarca). Quem chegasse à frente, ganhava. E nós ganhamos. Foi bem especial e bem legal!”, resume.

Outra lembrança de 2014, essa mais inusitada, ocorreu no aeroporto, na época do Campeonato de Miami. As duas foram barradas no raio X do embarque por causa de uma furadeira (usada para acertos no barco). “Imagina! Duas garotas embarcando em um avião com uma furadeira na mala de mão... Ainda bem que nos deixaram voltar para despachar”, diverte-se.

Para fechar um ano tão produtivo e marcante, Kahena Kunze viveu, em dezembro, outro momento emocionante. Na noite do dia 16, ela e Martine Grael receberam, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a premiação máxima do Prêmio Brasil Olímpico, concedido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Elas foram eleitas as Melhores Atleta do Ano e brilharam ao lado do ginasta e campeão olímpico Arthur Zanetti, que recebeu a honraria entre os homens.

Em 2015, mais competições fora do país
Sobre 2015, Kahena explica que será um ano intenso. Segundo ela, quando estão no Brasil, as duas ficam muito sozinhas, sem sparrings para treinar. “Treinar sozinha é ruim, se for para pensar em evoluir. Por isso, vamos ter até um número maior de competições do que neste ano. A ideia é sair para as Copas do Mundo, em que o aprendizado é maior. E quando estivermos aqui (no Brasil) também vamos focar na raia onde serão os Jogos Olímpicos do Rio, talvez com algumas velejadoras estrangeiras, para termos contra quem treinar”, adianta.

Fonte: Denise Mirás, para o Brasil 2016
Ascom - Ministério do Esporte
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