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I Jogos dos Povos Indígenas/1996

Cidade Sede: Goiânia / GO
Data: 16/10/1996 à 20/10/1996
Lema: Programa do Índio - Os povos indígenas vão mostrar que esporte não é reservade branco.

Histórico

O I Jogos dos Povos Indígenas reuniu mais de 400 atletas, de 29 etnias, em Goiânia (GO), entre os dias 16 e 20 de outubro de 1996, num exemplo de integração de tradição e sabedoria seculares. Com patrocínio do governo federal, em parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer de Goiás e com o apoio da FUNAI e do Comitê Intertribal, o projeto foi montado e financiado em apenas dois meses.

Os organizadores, incentivados pelo então Ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento (Pelé), percorreram algumas aldeias e se reuniram com as lideranças indígenas para discutir a realização. Grandes dificuldades foram encontradas. Nunca tantas etnias se encontraram de uma só vez evento de tamanha proporção. Contudo, o sonho dos organizadores, entre eles Carlos Terena, Articulador Cultural e Desportivo Indígena, se tornou realidade e as modalidades foram definidas.

O Secretário de Esportes e Lazer de Goiás, Ricardo Yano, e seus assessores, propuseram a realização dos I Jogos na capital goiana, que foi transformada em uma grande "Nação do Esporte Indígena". No dia 15 de outubro, as delegações chegaram à cidade, foram credenciadas e receberam um kit contendo bolas, camisetas, calções e boné. O ministro Edson Arantes, juntamente com o governador do estado, Maguito Vilela, o ministro da Justiça, Nelson Jobim, e demais autoridades que estavam trabalhando na época, assistiram à abertura do evento no dia 16, quando os índios desfilaram apresentando suas etnias. Uma atleta Terena foi chamada para cantar uma estrofe do Hino Nacional em Português, e uma Kaingang cantou em sua língua materna.

Milhares de pessoas prestigiaram o evento. As competições começaram com o futebol de campo e o voleibol, modalidades disputadas na manhã do dia 17 de outubro, no Estádio Olímpico Pedro Ludovico e no Clube Ferreira Pacheco. A natação foi disputada de maneira não tradicional em uma piscina, para medir a velocidade dos competidores. As modalidades tradicionais indígenas foram a canoagem, realizada no Clube Jaó, o arco e flecha, o arremesso de lança, as demonstrações de lutas e a corrida de tora. A natação teve que ser disputada em uma piscina olímpica (para medir a velocidade dos competidores), e não em um rio, como de costume.

As etnias presentes nos I Jogos foram Bakairi - MT; Bororo- MT; Fulni-ô - PE; Gavião - RO; Guarani - SP e MS; Guató - MS; Kadiwéu - MS; Kaingang - SP, SC e RS; Kamayurá - Xingu - MT; Karajá - TO e GO; Kaiowá - MS; Krahô - TO; Krikati - MA; Saterê-Maués - AM; Ofaié - MS; Paresi - MT; Terena - MS; Tukano - AM; Xucuru - Kariri - AL; Yawalapiti, Xingu - MT; Kuikuro, Xingu - MT ; Wuará, Xingu - MT; Xavante - MT, Kalapalo, Xingu - MT; Trumai, Xingu - MT; Mehinaku, Xingu - MT; Kaiapó - PA; Javaé - TO; Kanela - MA.

II Jogos dos Povos Indígenas/1999

Cidade Sede: Guaíra / PR
Data: 14/10/1999 à 20/10/1999
Lema: A Terra de todas as Tribos

Histórico

A segunda edição dos Jogos dos Povos Indígenas ocorreu entre os dias 14 e 20 de outubro de 1999, e teve como palco das disputas o Centro Náutico da cidade de Guaíra (PR). A cidade acolheu mais de 500 índios, de 25 etnias, que disputaram 13 modalidades esportivas. O evento foi patrocinado pelo Ministério dos Esportes e Turismo, em parceria com a prefeitura local, com o apoio da Funai e do Comitê Intertribal.

A organização dos II Jogos para 1997 teve que ser a ser interrompida, devido à falta de planejamento e critérios para a escolha da sede. Os estados de Amazonas e Paraná se candidataram. Mas, devido à indefinição do governo amazonense, o Paraná foi escolhido para sediar a segunda edição dos Jogos em 1999, pois em 1998 seria realizada a Copa do Mundo de Futebol, na França.

Guaíra foi a cidade escolhida, por possuir o complexo da Marina Náutica, que tinha toda a estrutura para abrigar um evento desse porte, uma vez que já havia sediado os Jogos da Natureza e por ter características semelhantes às aldeias indígenas.

As etnias participantes nessa edição foram: Guarani - SP; Potiguara - PB; Pankararu - PE; Maxacalí - MG; Krenak - MG; Xacriabá - MG; Paresi - MT; Umutina - MT; Kaingang-SC; Kaiowá - MS; Kadiwéu - MS; Bakairi - MT; Bororo - MT; Erikbaktsa - MT; Kanela - MA; Matis - AM; Krahô - TO; Kayapó - PA; Xavante - MT; Karajá - TO; Jawaé - TO; Kuikuro, Xingu - MT; Kamaiurá, Xingu - MT; Yawalapiti, Xingu - MT, Suyá, Xingu - MT; Waurá, Xingu - MT e Terena - MS.

A novidade ficou por conta da participação do povo Matís, da Amazônia, contatados há menos de vinte anos. Eles levaram uma delegação de apenas cinco pessoas. Os habitantes do Vale do Javari, localizado no sudoeste do Amazonas, mostraram pela primeira vez suas habilidades com a zarabatana.

A cerimônia de abertura do evento foi presenciada pelo ministro dos Esportes, Rafael Greca, e o prefeito Manoel Kuba, que entregaram a simbólica chave da cidade para o cacique Matís, Bina Tucum. As delegações desfilaram pelas ruas de Guaíra e se apresentaram na pista de atletismo do Centro Náutico. Durante a cerimônia de abertura foram realizados o ritual da cerimônia do fogo e o hasteamento das bandeiras. Os índios kaingang cantaram o hino nacional em sua língua tradicional.

As competições tiveram início no dia 15 de outubro com as partidas de futebol no Estádio Ney Braga, na parte da manhã, e as demais na arena construída no Centro Náutico. Atletismo e Arco e Flecha inauguraram as competições tradicionais indígenas. O período noturno ficava reservado à apresentação das manifestações culturais indígenas (danças, canto e cerimônias tradicionais), no anfiteatro da Marina, bem como as apresentações folclóricas tradicionais da região.

No segundo dia de competições houve a demonstração de dois esportes tradicionais do povo Paresi: O Xikunahity (uma espécie de futebol, praticado com a cabeça, somente pelos homens) e Tihimoré (modalidade esportiva semelhante ao boliche, praticada pelas mulheres). Essa foi a primeira vez que as duas modalidades foram apresentadas ao público. Os Matís demonstraram sua habilidade no manejo da zarabatana. Geralmente, os índios utilizam a arma contra alvos móveis (um pássaro ou macaco). Mas, nos Jogos Indígenas, o alvo foi adaptado às condições do local. Uma melancia foi pendurada em um tripé, e os índios deveriam acertá-la a uma distância de 20 metros. No mesmo dia, foram realizadas as provas de canoagem e natação/travessia.

As competições de arco e flecha, corrida de toras e as lutas corporais começaram no dia 17. Apenas demonstrativas, as duas modalidades atraíram bastante a atenção do público, que pôde ver os diferentes estilos de luta de cada povo. A corrida de toras foi realizada por três etnias: os Xavante, os Kanela e os Krahô. Cada etnia levou suas respectivas toras, feitas do tronco da palmeira buriti, algumas chegando a pesar 150 kg. As mulheres indígenas, que também praticam a corrida, levaram toras de até 70 kg.

Outra modalidade tradicional disputada foi o cabo-de-guerra, que visa a medir a força de cada etnia. A prova de natação foi realizada numa piscina semi-olímpica, de 25 metros, devido ao interesse da coordenação do evento em medir a velocidade de cada atleta indígena. As provas foram realizadas por homens e mulheres, nas modalidades: individual, de 25 metros, revezamento 4 x 25 e revezamento 4 x 50. Essa modalidade de natação de velocidade, realizada em piscinas, foi excluída das próximas edições dos Jogos, por não atender aos objetivos do evento.

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