Ministério do Esporte Confira entrevista do ministro Aldo Rebelo à revista Rolling Stone
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Confira entrevista do ministro Aldo Rebelo à revista Rolling Stone

No olho do furacão

Em contagem regressiva para os grandes eventos esportivos no país, o ministro Aldo Rebelo assegura: "A Copa no Brasil reúne tudo para ser a maior de todos os tempos"

Edição 70 - Julho de 2012
por Cristiano Bastos

Hoje com 56 anos, o alagoano de Viçosa Aldo Rebelo iniciou a trajetória política em 1980, quando foi eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 1989, já no Partido Comunista do Brasil, lançou o livro No Olho do Furacão, obra que narra a história vitoriosa de Luiza Erundina no pleito para a prefeitura de São Paulo, em que ela derrotou políticos pesos-pesados como Paulo Maluf, Ulysses Guimarães, Jânio Quadros e Orestes Quércia - e no qual, pela primeira vez, a esquerda uniu-se em uma batalha eleitoral.

Há dois anos, Rebelo teve uma controversa atuação como relator da Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro, que foi sancionado, em maio deste ano, pela presidente Dilma Rousseff. E, no final de 2011, foi nomeado ministro do Esporte, pasta assumida no lugar de Orlando Silva, também do PC do B, que pediu demissão após denúncias (que ele negou) de envolvimento em um esquema de desvio de verbas no Ministério.

Igualmente polêmica tem sido a relação do ministro com a imprensa. "Estou habituado a ter meus atos julgados diariamente, principalmente pelos jornalistas", ele, também jornalista, escreveu no Twitter.

Embora tenha respondido à maioria das perguntas, nesta entrevista Aldo Rebelo não teve muita paciência para contrapor questões relativas às declarações do deputado federal Romário (PSB-RJ), que disse recentemente à Rolling Stone Brasil que esta seria a "Copa da mentira". "Eu não gostaria de dar uma entrevista sobre o Romário. Eu sou o ministro do Esporte, não sou fiscal das atitudes do Romário", rebateu.

Rebelo falou também a respeito do desafeto Jerome Walcke, secretário-geral da Fifa, do legado da Copa, do Código Florestal e até sobre o brasileiríssimo Saci-Pererê - o qual, ele acredita, poderia muito bem ter sido o mascote da Copa no Brasil. "Com uma perna só, o Saci é capaz de fazer mais coisas do que muitos 'seres comuns? com as duas pernas", compara.

O que o senhor pensa a respeito das declarações no deputado federal Romário, de que a Copa no Brasil está fadada ao insucesso?
O Brasil tem a legitimidade de ser o único país a participar de todas as copas, de ser o único a ganhar cinco vezes o mundial, de ter o maior artilheiro de todas as copas e, também, de ter oferecido ao mundo do futebol a maior quantidade de astros. Dentre eles, o maior de todos, que foi o Pelé. Eu penso que a frase do Romário pode ser atribuída a uma concepção errada, pessimista, derrotista - sobre o país e o futebol brasileiro.

O senhor acredita que 2014 será a "Copa da Verdade"?
Eu acredito que será a Copa que reúne tudo para ser a maior de todos os tempos, exatamente por ser no Brasil, o país que deu a esse esporte anglo-saxônico o privilégio de tornar-se um esporte universal. De outra forma poderia ser um esporte como o críquete, o rúgbi, o futebol americano, que são populares em um país ou outro. Ele se tornou universal por causa do Brasil. É um esporte de regras simples e claras, que pode ser adotado pelos pobres, cuja prática não exige muita sofisticação. Tampouco exige espaços caros para que possa ser jogado.

Haverá, na sua opinião, um forte contraste social devido à grande quantidade de turistas endinheirados e ao grande número de brasileiros que não conseguirão assistir aos jogos?
Você imagina a Copa dos Estados Unidos, na qual, inclusive, Romário foi um dos protagonistas. Os brasileiros viram de longe: que brasileiro pobre foi aos Estados Unidos ver a Copa? Creio que nenhum. Poucos de classe média puderam ir. E, mesmo assim, aquela Copa do Mundo tornou o Romário um atleta muito querido de toda a população. As pessoas se sentiram representadas pela seleção brasileira. É evidente, portanto, que os brasileiros mais pobres, nascidos em circunstâncias muito especiais, não terão dinheiro para estar nos estádios. Mas estamos fazendo um grande esforço para que as populações indígenas e os beneficiários do [programa de transferência de renda] Bolsa Família tenham, pelo menos, uma pequena presença nos jogos. Mesmo assim, porém, os jogadores brasileiros nessa Copa não deixarão de representar a esperança e a aspiração de todos aqueles que um dia foram representados pelo Romário.

O que o senhor achou das declarações do Carlos Alberto Parreira (ex-técnico da seleção) de que "a África estava mais adiantada do que o Brasil nas obras da Copa"?
Temos uma parte dos estádios para entregar em 2013 e outra parte em 2014, e com certeza nós vamos completar essas obras e fazer a Copa do Mundo. Essa é a opinião de alguns, inclusive jornalistas, que não acreditam no país e em nossa capacidade. Mas é exatamente esse o desafio. Se o Brasil fosse ouvir os pessimistas, os "fracasso-maníacos", não teríamos recebido aqui a caravana do [Pedro Álvares] Cabral. Desde que ele saiu lá do Tejo, já tinha gente dizendo que não ia dar certo. O Brasil vai vencendo seus desafios, apesar da distância, da desconfiança e do pessimismo de algumas pessoas. O país já fez coisas mais difíceis e mais importantes do que a Copa do Mundo. Fizemos Brasília em quatro anos e fizemos uma Copa do Mundo em 1950, em dois anos, quando a Europa estava em crise e devastada por uma guerra. Pode ter certeza de que nós não vamos nos atrapalhar. E eu não vou ficar aqui respondendo aos "fracasso-maníacos". Eu ficarei falando é do meu país, do meu desafio, que é organizar a Copa.

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