Organizado pelo Comitê Intertribal Indígena, os Jogos dos Povos Indígenas têm o seguinte mote: “O importante não é competir, e sim, celebrar”. A primeira edição dos jogos ocorreu em 1996 e tem como objetivo a integração das diferentes tribos, assim como o resgate e a celebração dessas culturas tradicionais.
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Começa a ser erguida a aldeia que receberá os Jogos dos Povos Indígenas
- Detalhes
- Última atualização em Quarta, 15 Julho 2015 18:00
- Publicado em Quinta, 06 Outubro 2011 18:41
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Um local famoso pela visitação de banhistas e adeptos do camping na época da seca, quando as margens do rio Tocantins tomam o formato de lindas praias com areias brancas, está mudando o visual. Na Ilha Real, em Porto Nacional (TO), começou a ser erguida nesta semana a Aldeia Circulo Indígena, com a construção de 32 ocas. O complexo vai abrigar, de 5 a 12 de novembro, cerca de 1.300 índios das 38 etnias participantes dos XI Jogos dos Povos Indígenas.
As ocas estão sendo levantadas simultaneamente e contam com a mão de obra de 40 pessoas. Entre os trabalhadores, estão não índios e indígenas, como os Javaé, uma das sete etnias anfitriãs. Depois de gradear a terra - uma espécie de peneiramento para retirada do cascalho grosso, com o objetivo de evitar que os índios machuquem os pés - o local foi submetido a terraplanagem.
A fase atual da obra é a de fixação das madeiras das ocas. Em cada unidade de habitação, serão colocadas cerca de 100 peças de madeira, as mesmas utilizadas pelos índios em seus territórios. Entre elas, estão: bambu, cachorra, flor roxo, pindaíba, capitão do sertão e taboca. O material veio da região de Natividade, cidade tocantinense distante 250 quilômetros de Porto Nacional.
De acordo com Luiz Neto, responsável pela construção das ocas, na cobertura de cada uma delas serão aplicadas 600 palhas de palmeiras (buriti e piaçaba). "Os índios são os que melhor sabem trançar as palhas, evitando que elas vazem, como na chuva, por exemplo," explica.
A última etapa dos trabalhos será o cercamento de cada oca com madeirite para a pintura de desenhos referentes à cultura dos índios, como cocás, braceletes, peixe e arco e flecha.
Acesso restrito
Nos Jogos Indígenas, o acesso à ocara - aldeia onde ficam as ocas - será limitado. Por isso, um das medidas de segurança será o cercamento da área. Entre as pessoas autorizadas a transitar no espaço, estão os atachês, espécie de monitores voluntários designados pelo Ministério do Esporte e pelo Comitê Intertribal para o acompanhamento de cada etnia durante os sete dias dos Jogos, que incluem competição esportiva, apresentações de modalidades tradicionais e fórum social indígena.
A meta é garantir a privacidade dos índios no momento em que se encontrarem reclusos. As delegações participantes são compostas por guerreiros e guerreiras que geralmente vêm acompanhadas por familiares, inclusive, crianças. A expectativa é que no dia 25 de outubro as ocas estejam concluídas, prontas para a vistoria do Corpo de Bombeiros.
Confira a página especial dos Jogos dos Povos Indígenas
Carla Belizária
Foto: Dornil Sobrinho/Ascom/Porto Nacional
Ascom - Ministério do Esporte
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