Forte defensora das questões ambientais em seu país, a princesa Amthal Al-Ahmad, do Kuwait, abriu nesta segunda-feira (18.06) a lista de visitações de autoridades internacionais à arena dos Jogos Verdes da Kari-Oca, no Rio de Janeiro. Ela foi recebida pela presidenta do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), Samira Tsibodowapré, e pelo seu diretor, Carlos Terena, que deram as boas-vindas à nobre visitante. "Quando soube que os indígenas do Brasil estariam reunidos aqui, eu quis encontrá-los de forma descontraída e natural", declarou a princesa.

A chefe da delegação do Kuwait na Rio+20 conheceu a Oca da Sabedoria, onde as lideranças indígenas estão elaborando a "Carta da Terra", que será apresentada no Rio Centro. De acordo com Terena, do documento baseado na cultura tradicional dos povos está nascendo a grande mensagem para o mundo com relação ao meio ambiente e à sustentabilidade. "Queremos ser a parte principal quando se falar em preservação da natureza", afirmou.

A princesa é uma ativista na defesa do meio ambiente por meio de uma organização não-governamental. Combate, por meio de denúncias e ações efetivas, a derrubada de florestas e a poluição do ar e dos rios. "Em nosso país não existe ainda um Ministério do Meio Ambiente, por isso abraçamos a causa enquanto isso não acontece."

Amthal Al-Ahmad esclareceu aos indígenas dúvidas relacionadas à sustentabilidade e indagou Terena sobre aos avanços conquistados desde a realização da Eco-92, demonstrando preocupação relativa ao lixo que não é reciclado."Entre as causas de queimadas de florestas estão as garrafas pet que queimam com o calor do sol e fazem um estrago muito grande na flora", apontou.

A  princesa também visitou a Oca Tecnológica, em que crianças indígenas assistiam à primeira aula de internet. Para essa ação, a Fundação Banco do Brasil cedeu 12 computadores e o Comitê Intertribal disponibilizou, por meio de parcerias, atividades que estão sendo criadas ao longo do evento. O Centro de Comunicação Digital e Pesquisa Partilhada (Cedipp), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Rede Mocambos participam da inclusão digital.


Ela conheceu ainda a exposição de artesanato indígena na Oca dos Artesanatos e a oca gigante construída por indígenas do Alto Xingu, no Mato Grosso. Lá Amthal Al-Ahmad recebeu um presente de Samira Tsibodowapré: um tapete confeccionado pela índia Mapulú Kamayurá.

Kuwait
O nome Kuwait é derivado do árabe "akwat", o plural de "Kout", que significa "fortaleza construída perto da água. O emirado tem uma área de 17.820 quilômetros quadrados e uma população de cerca de 2,7 milhões de habitantes. Trata-se de um emirado árabe soberano situado no nordeste da Península Arábica na Ásia Ocidental. Faz fronteira com a Arábia Saudita ao sul e ao norte com o Iraque. Encontra-se na costa noroeste do Golfo Pérsico.
 
O país tem economia pequena, relativamente aberta com reservas de petróleo cru de aproximadamente 104 bilhões de barris. Equivale a aproximadamente 8% de todas as reservas do mundo. O petróleo corresponde a quase metade do PIB do Kuwait, 90% das exportações e 80% da renda de governo.
 
Por outro lado, falta água e terras férteis, por isso o país não consegue desenvolver a agricultura. Entretanto, o setor pesqueiro é bem-sucedido e diminui a dependência de importações de alimentos. Aproximadamente 75% da água potável consumida no país precisa ser dessalinizada ou importada.
 
Os Jogos Verdes são patrocinados pelo Ministério do Esporte. O evento - uma iniciativa do Comitê Intertribal - é uma réplica dos Jogos dos Povos Indígenas que acontecem a cada dois anos e que reuniram, na ultima edição em Porto Nacional, no Tocantins, cerca de 1,3 mil indígenas com o recorde de 39 etnias. Além de jogos tradicionais em 10 modalidades, acontecem apresentações culturais e lutas corporais. A Kari-Oca também é palco de debates sobre assuntos que envolvem a raça, com a realização do fórum social indígena.

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