Ministério do Esporte Mais de 200 atletas brasileiros passarão por testes periódicos de dopagem a partir de março
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Mais de 200 atletas brasileiros passarão por testes periódicos de dopagem a partir de março

A partir do próximo mês, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) dará início a um processo de monitoramento periódico dos principais atletas do país. De acordo com o secretário nacional para a ABCD, Marco Aurelio Klein, foi feita uma seleção de mais de 200 nomes de atletas da elite brasileira – a maior parte integrante da Bolsa Pódio –, que irão compor o grupo de um controle mais restrito fora das competições. Em um sistema virtual da Agência Mundial Antidopagem (Wada, na sigla em inglês), eles deverão informar onde estarão durante cada ciclo de 90 dias e ainda escolher um horário para possíveis testes nesse período mesmo fora da época de competições.

Marco Aurelio Klein (de terno azul), em reunião dos representantes da Wada e da ABCD com o ministro do Esporte, George Hilton, em Brasília (Foto: Francisco Medeiros))Marco Aurelio Klein (de terno azul), em reunião dos representantes da Wada e da ABCD com o ministro do Esporte, George Hilton, em Brasília (Foto: Francisco Medeiros))

Outra iniciativa da ABCD será a realização de um seminário no mês de abril, quando os atletas já saberão que integram o grupo que será monitorado, para que eles tirem dúvidas sobre o processo e entendam a necessidade do controle de dopagem. “É de grande importância que o atleta saiba que o que vale em uma competição é talento, treinamento e força de vontade, e que não há substâncias ou métodos estranhos”, explica o secretário Marco Aurelio Klein.

Confira a entrevista:

Testes fora de competição
“Há uma tendência internacional de aumento no número de testes realizados fora de competição. Antigamente, os atletas só eram testados em campeonatos, de acordo com a forma estabelecida para cada modalidade. A tendência hoje em todo o mundo é de uma menor quantidade de testes, mas com mais qualidade e foco no tipo de análise a ser feita em função da característica específica de cada modalidade. Para começar esse processo fora de competição é preciso seguir um sistema de controle conhecido como “whereabouts”, que diz respeito ao paradeiro, à localização.”

Monitoramento
“Hoje, as federações internacionais de cada modalidade escolhem seus atletas de mais alto rendimento, nos diversos países, e estabelecem com eles esse controle de paradeiro (whereabouts). O atleta é notificado de que ele passa a fazer parte de um grupo de controle mais restrito fora das competições. Então, ele recebe um login e uma senha para entrar em um sistema da Wada chamado ADAMS (Anti-Doping Administration & Management System). Lá, ele informa qual será seu paradeiro durante 90 dias e estabelece um horário para estar disponível para o controle de dopagem, que poderá acontecer em qualquer data dentro desse período. A cada 90 dias, se ele mudar de endereço ou viajar, ele precisa entrar no sistema e fazer a alteração. Se ele não fizer isso, será considerada uma falha. Na terceira falha, dentro do processo de um ano, isso é uma violação sem atenuantes (algo passível de punição ao atleta).”

Controle brasileiro
“Os países mais desenvolvidos no controle de dopagem, nos quais estamos nos espelhando, têm os seus sistemas nacionais. Então, atletas que não estão na custódia de federações internacionais são escolhidos para formar esse grupo de sistema de localização nacional. A ABCD tem um planejamento que começará a ser aplicado a partir de março, em que mais de 200 atletas serão incluídos nesse processo de paradeiro nacional. Assim como no processo internacional, eles receberão da ABCD um login e uma senha para acesso ao mesmo sistema da Wada. No Brasil, não eram feitos testes de controle de dopagem fora de competição. Em 2013 e 2014, não foi feito nenhum. Enquanto isso, alguns países, como os Estados Unidos, caminham para chegar neste ano a 80% dos testes fora de competição. Nós vamos começar em 20% e subir ao longo de 2015 e 2016. É uma mudança significativa. A ideia é criar todos os mecanismos e ações possíveis para proteger o atleta brasileiro que vai chegar aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, mas também o atleta que compete no dia a dia. Esse é um processo para a carreira dos atletas, para sempre.”

Escolha dos nomes
“Os atletas serão os do mais alto nível, principalmente os que estão hoje na Bolsa Pódio. Os nomes já foram selecionados e estamos agora em processo de elaboração e produção dos acessos e das senhas para o sistema. Se um atleta já estiver dentro do controle da federação internacional, ele pode continuar sendo testado por lá ou a entidade pode transferir a custódia desse teste para nós. É uma negociação que estamos fazendo com cada federação internacional. À medida que a ABCD ganha corpo, a tendência de entidades internacionais é compartilhar e requisitar nossos serviços. Nós trouxemos uma especialista da Wada para um seminário aqui em Brasília sobre o uso do sistema ADAMS e em abril faremos um seminário de educação em São Paulo para explicar como funciona o sistema e que estar nele, acima de tudo, mostra para o atleta que ele é reconhecido como um enorme potencial.”

Seminário de educação
“Os atletas serão notificados de que farão parte desse grupo de controle ainda antes do seminário de educação de abril, para que lá possam tirar as suas dúvidas. Reuniremos os atletas do programa Pódio (olímpicos e paraolímpicos) para explicar tudo sobre a ABCD, o novo código de 2015, entre outros temas, como o que é uma Autorização de Uso Terapêutico (AUT), que é usada quando um atleta precisa tomar uma medicação em virtude de um tratamento ou de circunstância especial. Caso essa medicação contenha substâncias que fazem parte da lista proibida, ela precisa ser submetida a uma comissão de Autorização de Uso Terapêutico, que pode autorizar ou não o atleta a competir usando aquela substância. Assim, no seminário, eles terão informações sobre as ferramentas disponíveis no site da ABCD para que consultem as substâncias proibidas e tenham todas as informações relacionadas aos cuidados com suplementos. No seminário, teremos o ex-ciclista norte-americano Tyler Hamilton, autor do livro “A corrida secreta de Lance Armstrong” e que foi campeão olímpico, mas perdeu suas medalhas devido à dopagem. Ele tem colaborado com a Wada para divulgar o quanto a dopagem é devastadora para a vida dos atletas e vai falar com os brasileiros.”

Expectativa para o Rio 2016
“Estamos confiantes, porque nos sentimos muito bem preparados e temos o apoio dos comitês Olímpico e Paralímpico e da Wada. O nosso plano, buscando zerar os casos de dopagem, tem foco em formação, educação e prevenção. Essa é a forma dos atletas passarem por um processo de imersão do que é o controle de dopagem e dos danos que ela causa à carreira, ao esporte e ao país, mas também de prevenirmos as circunstâncias de uma dopagem involuntária, que também pode acontecer. Com atletas e equipes bem preparados, com informação, esse risco diminui muito. Há muito trabalho a fazer, é preciso uma cooperação de todos os atletas, de entenderem que a ação do controle de dopagem não é de desconfiança aos atletas como um todo, mas, sobretudo, de proteção. As principais agências antidopagem do mundo, com delegações olímpicas que ganham muitas medalhas, hoje testam cada atleta cerca de 12 vezes por ano. É de grande importância que o atleta saiba que, quanto mais isso é feito, mais ele irá para uma competição sabendo que o que vale nela é talento, treinamento e força de vontade, e que não há substâncias ou métodos estranhos.”
 

Ana Cláudia Felizola – brasil2016.gov.br
Ascom – Ministério do Esporte
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